segunda-feira, 28 de março de 2011

Montanhas


Nas montanhas encontro a simplicidade que o Homem nunca terá,
O amor incondicional tanto apregoado mas que ninguém conhece,
Que dá e recebe e nunca mentirá…
Uma cabana que proporciona todo o conforto que jamais a luxúria dará.
Serra! Tão simples e tão bela!
Completa sem que nada lhe falte.
Harmonia maior não há!
Tudo se conjuga na maior perfeição
Para que nada lhe falte.
Natureza! Harmonia! Que mais pode alguém desejar
Que Aqui não consegue alcançar?
Nada!
A ganância corrói, o desprezo sufoca, a deslealdade incomoda.
Mas nada disso Aqui existe.
Simplicidade ao rubro, tanta humildade
Que nunca o ser humano conhecerá.
Farsas, malabarismos. Aqui? Não…
Isso encontro na ‘civilização’, pérfida e corrompida,
Feita pelos homens sem asas para voar…
Paz de espírito, beleza rara, pura e simples, onde encontrar?
Longe de olhos cheios de maldade,
E de rótulos que nos colocam difíceis de arrancar…
Paz! Serenidade! Amor incondicional! Harmonia! Despidos do mal!
Onde encontrar?
Longe de tudo e de todos…
Próximo do que de mais belo há…
Porque por muito que o Homem se esforce,
Jamais aos pés lhe chegará!
Serra! De fingimentos não precisa, nem de mostrar o que não tem
Pois ninguém olhará com ar de desdém!
E de mais não precisa, quem tudo isto na montanha sente, tem, e não tem...
Alice Mota

9 comentários:

  1. Parabens minha Amiga!
    Assino por baixo...
    Beijo enorme.

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  2. Esta poesia está esplêndida!Muitos parabéns!

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  3. Alice son Anton Gavela,un montañeiro de Galicia que de xeito casual topei o teu blog espiritu da montaña.Teñote que decir que estou encantado co teu estilo.O meu primeiro libro de montañismo chamabase,ESPIRITU Y TECNICA DE LA MONTAÑA de Agustin Faus,é un libro que xa non se encontra nas libreirias porque xa pasaron uns anos da sua edicion pero destilaba o sentido romantico e epico do montañismo que marcaron as orixes das sociedades excursionistas de principios do seculoXX,teño que decir que eu comencei moi cedo nesto do alpinismo a mediados dos anos setenta e ainda sigo nela ,O VIXO LEVAMOLO DENTRO PARA SEMPRE.
    Parabens polo teu blog ,fixechesme recuperar aquel sentir antergo dos pioneiros do montañismo,cecais algun dia podamonos saudar nas fermosisimas montañas do Gerez a beira dunha das inmensas mariolas que facedes

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  4. Olá Anton.
    Devo agradecer as tuas belas palavras, e agradecer também por sentires o verdadeiro espírito da montanha. De facto, as pessoas que sentem o mesmo, acabam por se identificarem umas com as outras, e não é por acaso...
    A minha paixão deve-se ao Parque Nacional Peneda-Gerês, e a todas as emoções que nele se despertam.
    Muito obrigada novamente, e volta sempre ao Espírito da Montanha.

    PS: Deculpa estar em português, mas o meu espanhol é muito mau...:)
    Abraço montanheiro.

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  5. muito,,muito,,lindo parabéns pela tua veia poetica , bj

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  6. Olá Narciso... Obrigada!
    Não sei se é a minha veia poética, se foi um momento de 'loucura'...
    Bjos

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  7. Alice, eu sigo habitualmente o teu "Espírito da Montanha", porque partilho dessa mesma paixão pelas montanhas, serras, montes, vales, sons, silêncios, cheiros, sensações, comunhão, catarse...; e o Gerês é uma das minhas "terras natais"! Ainda nunca tinha calhado a deixar comentário, mas li este teu poema quase logo que o publicaste ... e é sublime! Um dia destes, se o permitires, vou transcrever excertos dele (indicando a origem, claro) no meu blog, "Por fragas e pragas", onde tenho procurado contar as minhas "aventuras" e a minha comunhão com a Natureza ... desde há mais de 40 anos!
    Parabéns pelo poema, pelo blog, pela paixão!

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  8. Olá José Carlos.
    É muito bom saber/conhecer pessoas que connosco partilham a mesma paixão, principalmente quando se trata de algo que, por muito que queiramos transmitir por palavras, se torna sempre complicado... Trata-se efectivamente duma purificação da alma por essas montanhas e serras, que nos transmitem tais sentimentos/emoções/cheiros que não se sentem em muitos lugares.
    Sinto-me lisonjeada por querer transcrever excertos... é claro que o permito. É o maior elogio que alguém poderia receber pela escrita dum poema:):)
    Agradeço ainda a partilha da mesma paixão, na certeza de que a compreende e com ela se identifica, pois apenas isso permite a interpretação/compreensão deste poema.
    Quem sabe, uma dia, não nos cruzamos numa montanha qualquer. É sempre uma dádiva conhecer pessoas que comungam desta relação com a natureza e com tudo que ela transmite e nos quer ensinar.
    Volte sempre ao Espírito da Montanha.

    Alice

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