"O gelo está próximo, a solidão é terrível, mas quão pacíficas se mantêm as coisas sob a sua luminosidade! Quão livremente se respira! Quanto nos sentimos tão merecedores de nós mesmos! A filosofia, tal como até agora a vivi e senti, consiste no acto de voluntariamente se habitar na neve gelada e nas elevadas montanhas, procurando toda e qualquer coisa estranha e cuja existência se destaque como questionável: tudo aquilo que, até aos nossos dias, foi excomungado pela moralidade. (...) Quanta verdade pode um espírito suportar? Quanta verdade pode um espírito ousar? A resposta a essas duas perguntas tornou-se cada vez mais a verdadeira medida de valor. O erro - crença no ideal - não é cegueira; o erro é covardia... cada aquisição, cada passo dado no sentido do conhecimento desdenha-se como o resultado de um acto de coragem, de severidade para consigo, de limpeza com respeito para consigo mesmo... Não refuto ideais, simplesmente ponho luvas na sua presença..."
Nietzsche, "O Erro da Humanidade"
Nietzsche, "O Erro da Humanidade"
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