É uma aldeia típica em que as casas são feitas de pedra, denominada pedra lousinha, sendo a sua cobertura de xisto. Os arruamentos são irregulares.
A aldeia é muito isolada e sem traços de modernidade: não é acessível de carro, e a aldeia mais próxima, Regoufe, fica a 4 quilómetros. Não tem eletricidade, água canalizada, saneamento, gás, correio, telefone e a rede de telemóvel é escassa (apenas MEO). Também não há lojas, logo o dinheiro não tem utilidade, nem relógios na aldeia.
Drave encontra-se no centro da formação montanhosa outrora conhecida por monte Fuste, que divide as bacias hidrográficas, do Douro e Vouga, e é delimitada a norte pelo rio Arda, a este pelo rio Sul, a sul pelo rio Vouga e a oeste pelo rio Paiva. As escarpas abruptas mostram à superfície blocos de granito ou xisto característicos da zona. O lugar da Drave está implantado a cerca de 600 metros de altitude num vale encaixado, cercado por altas montanhas que o ensombram durante o inverno. Na envolvente as encostas mais suaves destacam-se pelo uso agrícola em socalcos, enquanto as encostas declivosas são ocupadas por um manto vegetal contínuo, dominado por espécies arbustivas e herbáceas rasteiras. Nesta paisagem única, a terra é fértil devido aos rios e ribeiras que descem as encostas. Em Drave o rio de Palhais corre do lado norte, o Ribeirinho e o ribeiro da Bouça percorrem o lado este e sul respetivamente, confluindo no fundo da povoação formando o rio da Drave, que se desenvolve num percurso de 5 km até encontrar o rio Paivó, um dos afluentes do rio Paiva. Nesta região o povoamento do vale, junto aos rios, é disperso e os núcleos estão quase desertificados. Os lugares de Covelo dePaivó, Regoufe e Drave pertencem à mesma freguesia, e Drave dista mais de 10 km da aldeia de Covelo de Paivó.
O quotidiano nos tempos antigos
Na Drave, os dias eram passados, com raras exceções, sempre do mesmo modo. Logo que raiava o sol, o silêncio era quebrado um ranger de portas e pelos passos vagarosos de quem se dirigia para os currais. Seria a hora de alimentar o gado para de seguida o encaminhar para o alto do monte. Seguiam depois para a lavoura: trabalhar as terras acarreta atenções e serviços específicos conforme a época do ano em que se encontravam. Lavra-se, estruma-se, semeia-se, rega-se num sucedâneo ininterrupto de tarefas cuja repetição pelas várias gerações de habitantes da aldeia da Drave se encarregou de aperfeiçoar. Nos dias em que na Drave viviam os seus últimos habitantes, a realização de tantas lidas só efetuada com a ajuda dos filhos da Drave que moravam nas suas redondezas.
As refeições, confecionadas muitas vezes em hora tardia, eram saboreadas por todos. Após as refeições, era dedicado algum tempo ao descanso. Aproveitavam para aí conversar sobre os acontecimentos correntes, para observar as vacas da varanda ou, simplesmente, reclinavam-se a recuperar forças para a jorna. Se alguma coisa faltava, necessário era ir à localidade mais próxima pedir favor ao merceeiro local ou então, nos tempos mais modernos, chamar um táxi.
Ao fim da tarde, quando a penumbra ameaçava cobrir com o seu manto escuro a montanha, não estando o gado de regresso à aldeia, necessário era subir ao monte para o recolher. Tarefa perigosa era esta: apesar dos lobos não atacarem normalmente os humanos, constituíam sempre uma ameaça. Porém, ainda mais perigoso seria um encontro com um javali enraivecido pela invasão do seu território.
De vez em quando, leva-se a vaca à aldeia vizinha de Silveiras para o touro a cobrir.
Outras vezes, coze-se o pão. O pão fazia parte integrante da alimentação da população da Drave. Era feito artesanalmente. Na sua confecção, utilizava-se farinha de milho moída no moinho da aldeia.
De vez em quando, leva-se a vaca à aldeia vizinha de Silveiras para o touro a cobrir.
Outras vezes, coze-se o pão. O pão fazia parte integrante da alimentação da população da Drave. Era feito artesanalmente. Na sua confecção, utilizava-se farinha de milho moída no moinho da aldeia.
Fonte: http://www.dravescoutcentre.com/aldeia.html
Fotos: Alice Mota
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