terça-feira, 13 de setembro de 2016

Mosteiro de Santa Maria das Júnias

O Mosteiro de Santa Maria das Júnias encontra-se localizado num vale que fica a dois quilómetros a sul da aldeia de Pitões das Júnias, na província de Trás-os-Montes. Pertence ao distrito de Vila Real, concelho de Montalegre, freguesia de Pitões das Júnias e localiza-se num vale estreito, de difícil acesso, isolado numa região fronteiriça. O acesso ao mosteiro é feito de carro até determinada altura fazendo-se o resto do percurso a pé, por um caminho irregular de lajes de pedra. 
Aí chegados, deparamo-nos com o muro do cemitério que isola toda a fachada norte da Igreja. Para se desfrutar de uma vista geral do mosteiro, o melhor será subir as encostas das serras que ficam de um lado e do outro da ribeira do Campesinho.
Um dos problemas que se coloca relativamente ao mosteiro é a data da sua fundação que, vulgarmente, se lê ser do século XII. Segundo um documento existente no cartório bracarense, o mosteiro de Santa Maria das Júnias remonta aos finais do século IX, tendo sido inicialmente apenas um pequeno ermitério. São vários os autores que subscrevem esta afirmação, tendo por base as afirmações de Fr. Leão de São Tomás, na Benedictina Lusitana onde é referido o documento que testemunha a existência de Júnias desde 889. Contudo, na ausência de provas, parece sensato acreditar que a fundação do mosteiro será mais recente, tendo ocorrido nos finais da primeira metade do século XII, por volta de 1147.
Na sua origem este mosteiro foi uma fundação beneditina como tantas outras fundações da sua época. O que se sabe é que, um século depois, o Mosteiro das Júnias terá pedido autorização para mudar para a Regra Cisterciense, mudança esse autorizada pelo Arcebispo D. João Egas. 
Inicialmente, o Mosteiro foi uma comunidade regida pela Regra de S. Bento (que se adapta ao estilo românico) e que em 1248 passou para a Ordem de Cister. Por curiosidade, o Abade D. João terá sido o último abade beneditino e o primeiro cisterciense. 
O que sabemos, sem dúvida nenhuma, é que este mosteiro, actualmente em ruínas, merece uma visita que nos transporta para outros tempos, imaginando o que por ali se terá passado. Para os que ainda não conhecem, aqui ficam algumas imagens para abrir o apetite.























Fontes:
BARROCA, Mário Jorge. Mosteiro de Santa Maria das Júnias. Revista da Faculdade de Letras. S/D
Revista Medievalista online. Ano 4, Número 4, 2008.
Fotos: Alice Mota






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